Embora não seja tão comum, a Diabetes, inicia na infância.
Por isso, é preciso ficar atento para realizar o diagnóstico
cedo.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, no
Brasil há 13 milhões de pessoas com a doença.
Desse total, um milhão são crianças.
Quando Diabetes, inicia na infância, o problema quase sempre é
causado por uma deficiência no organismo, muitas vezes herdada de um dos pais,
e não por hábitos pouco saudáveis, como má alimentação ou sedentarismo.
O mais importante é que o diagnóstico seja feito com rapidez
e que o tratamento comece o quanto antes.
A doença é bem séria
e pode ter consequências importantes, mas, se bem monitorada, a criança pode
levar uma vida normal.
Diabetes de que tipo?
O diabetes infantil é o tipo um, que ocorre, na maior parte das vezes, quando há uma parada repentina na produção do hormônio insulina.
Ou seja, o que até ontem estava perfeito, hoje para de
funcionar, sem qualquer motivo aparente.
“É considerada uma doença autoimune, pois o próprio organismo produz anticorpos contra o pâncreas e destrói as células de insulina”, diz Luiz Eduardo Calliari, membro do departamento de endocrinologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Sem a insulina, a glicose fica circulando pelo sangue.
E é isso o que acaba
provocando o diabetes.
Tipo dois
O diabetes tipo dois é aquele que acontece quando a insulina
é produzida, mas em quantidade insuficiente para fazer com que a glicose seja
absorvida pelas células.
Antes, ele era restrito aos adultos, mas nos últimos anos
tem aparecido também em crianças e adolescentes, principalmente nos obesos.
Segundo os médicos, isso se deve à alimentação pouco
saudável e à falta de exercícios físicos.
Nesse caso, os sintomas são muito
parecidos com os do diabetes tipo um, embora mais leves.
O tratamento é diferente:
tem muito mais a ver com mudanças de hábitos alimentares, prática de atividades físicas e, em alguns casos, uso de medicamentos, não necessariamente injeções de insulina.
Olho nos sinais
Como a doença não está ligada à obesidade ou ao estilo de
vida, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos pequenos para
verificar qualquer coisa que denuncie o problema.
Dois dos principais sintomas que podem significar diabetes
na infância é a sede excessiva e muita vontade de urinar.
Algumas crianças até voltam a fazer xixi na cama. Outro
sinal é a presença de açúcar na urina.
“Surgem até formiguinhas em volta do vaso sanitário”,
explica Calliari.
Perda de peso rápida,
fome fora do normal, muito cansaço e fraqueza são outros sintomas importantes.
Diagnóstico rápido
A demora em procurar um médico pode ocasionar um quadro
chamado cetoacidose diabética, mais conhecida como diabetes descompensada.
Isso acontece quando
há grande diminuição de insulina no organismo.
Estima-se que 25% das crianças com a doença passam por esse
problema.
Nesses casos, é preciso um tratamento intensivo, que envolve
internação, até que o nível do hormônio volte ao normal.
Segundo o especialista, caso o tratamento não ocorra
rapidamente (em menos de uma semana), a criança pode até entrar em coma
diabético.
Como existe uma incapacidade de o pâncreas produzir
insulina, o único tratamento para o diabetes tipo um são as injeções diárias do
hormônio para regular o nível de glicose no sangue.
São usados dois tipos de insulina: a de ação rápida (na hora
das refeições) e a de ação prolongada.
A criança também terá
de fazer o teste da pontinha do dedo, que avalia o nível de açúcar no
organismo.
São indicadas de três a quatro injeções de insulina por dia,
dependendo do caso.
Podem ser aplicadas na barriga, no braço, na coxa ou no bumbum.
Controle alimentar e exercícios físicos também são essenciais.
Vida normal
Claro que num primeiro momento os pais se assustam com o
diagnóstico e com a rigorosidade do tratamento.
Mas é preciso ter calma e saber que se ele for seguido
direitinho o pequeno muito provavelmente terá uma vida normal.
No começo é
desgastante mesmo.
Afinal, que criança gosta de tomar injeção todo dia?
Mas aos
poucos ela vai incorporando tudo à rotina e as coisas ficam mais fáceis.
“O diabetes na
criança não é limitante, mas o tratamento precisa ser rigoroso”.